segunda-feira, 5 de julho de 2010

HPV e Câncer do colo uterino

 
O HPV ( papilomavírus humano) não é apenas um vírus, mas uma família inteira deles – são aproximadamente 150 tipos. Algumas versões, que não necessariamente são transmitidas sexualmente, causam verrugas na palma das mãos e na planta dos pés. Outras levam a uma lesão precursora de câncer na região genital. E são esses últimos tipos, com predileção pelas partes baixas, os mais preocupantes. Hoje o HPV é a principal doença viral transmitida pelo sexo. E ele está envolvido em praticamente todos os casos de câncer do colo uterino . Se isso parece não ter nada a ver com você, saiba que oito entre dez mulheres sexualmente ativas contraem pelo menos um tipo do papiloma ao longo da vida.
Os tipos mais perigosos, chamados de alto risco, podem estar relacionados, em menor freqüência,
a tumores de ânus, pênis, vulva, boca e até faringe  


Formas de contágio 

O contato sexual é a maneira mais comum de contágio.  Atenção: inclua aí preliminares e sexo oral. Basta um simples atrito com a mucosa infectada, da mão, da boca ou dos genitais, para o vírus fazer mais uma vítima. Entre uma e três relações sexuais sem penetração é o suficiente para se contaminar. Toalhas, roupas e superfícies como a tábua do vaso sanitário também favorecem a transmissão do vírus. Mas a contaminação por objetos, embora possível, é raríssima. 

Verrugas genitais


 Prevenção

 Algumas medidas são indispensáveis para fugir da cilada do HPV: evitar ter vários parceiros e usar camisinha. Ela só não garante 100% de proteção, porque não cobre toda a superfície de contágio

Mas, para os especialistas, de longe a arma mais eficiente contra o HPV é a vacinação, hoje recomendada para meninas e jovens de 9 a 26 anos. São três doses – cada uma custa em torno de 400 reais – e o ideal seria que elas fossem tomadas antes mesmo da iniciação sexual, quando ainda não houve contato com o vírus. A eficácia da vacina é alta: 95% de sucesso no combate aos principais causadores de câncer e, no caso da quadrivalente, proteção também contra os que mais provocam verruga genital. “Estudos já mostram os benefícios da vacinação em pessoas com mais de 26 anos e até em homens”, revela Thomas Broker, presidente da Sociedade Internacional de Papilomavírus.

Tomar a vacina não exclui a necessidade de manter-se fiel aos procedimentos rotineiros de prevenção e detecção do vírus. Veja quais são eles:

Papanicolau ou Colpocitológico( Preventivo ) Com uma espátula, o médico colhe material do colo do útero e coloca em uma lâmina. Aí, é feita uma análise em microscópio. Não dá para identificar o vírus, mas é possível verificar se há alterações nas células.

Colposcopia O colposcópio é um aparelho capaz de ampliar 20 vezes a imagem da vagina, da vulva, do colo do útero e do ânus. Para flagrar lesões, um líquido reagente é pincelado na mucosa. No caso dos homens, o exame correspondente é a peniscopia.

Biópsia Quando os métodos anteriores acusam alguma alteração, retira-se uma pequena amostra do tecido suspeito. Mais uma vez, ela será analisada em microscópio.



Tratamento

Entre as opções de tratamento estão , substâncias químicas, bisturi elétrico, cremes e pomadas cicatrizantes. E quem já cuidou de uma lesão por HPV sabe que é preciso paciência para dar fim ao problema. As verrugas, por exemplo, são tremendamente persistentes. Agora, se você acabou de descobrir que está entre as vítimas do vírus não deve se desespere. Hoje existe o domínio total sobre o diagnóstico e o tratamento do HPV, tão importante quanto tratar a lesão é avaliar aspectos emocionais e imunológicos da paciente. Quer dizer: estresse, má alimentação e poucas horas de sono são grandes empecilhos para quem está em tratamento. O cigarro, não custa lembrar, deixa as defesas do corpo fracas, permitindo que o vírus fique firme e forte no organismo por mais tempo.


Dúvida entre casais 

  O HPV  pode permanecer incubado por um ano e às vezes por período indeterminado ( até 10 anos ), quando ele aproveita uma brecha do sistema imune para se manifestar fica difícil identificar a ocasião em que foi contraído. Daí, apontar o dedo para o parceiro é a primeira reação. “Já vi casais de separarem por isso”, diz a ginecologista Helena Junqueira, do Hospital Santa Joana, em São Paulo.

Segundo Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, é essencial que exista um diálogo sincero, sem essa de um culpar o outro. “O importante é que ambos façam o tratamento adequado e ponto”. 





Em caso de dúvidas consulte seu Ginecologista.


Fonte Saúde Abril.com.br

3 comentários:

  1. Mais um excelente artigo!
    Seu blog é muito esclarecedor, sempre trazendo assuntos de alta relevência e interesse para a saúde não só da mulher.
    Tenho um enteado de 14 anos e acredito na importância da vacinação precoce, visto que a iniciação sexual, nos dias de hoje, ocorre muito cedo.
    Tenho muito orgulho de ter uma médica antenada e superdedicada como você.
    Parabéns pelo lindo trabalho!

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  2. Parabéns!!! Excelente matéria, que exclarece de forma clara e objetiva. Fico orgulhosa de ser paciente de uma médica tão dedicada e preocupada com a saúde da mulher.Bjss

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  3. CARLA GAIOTI.
    GOSTEI MUITO DE SABER DISSO,É SINAL QUE TRATANDO SE CONCERTA TUDO.
    MAIS DE UMA COISA NAO SABIA! OS HOMENS TAMBEM CORREM O RISCO DESSE CANCER? OU COISA PARECIDA?
    BJS NO CORAÇAO DOUTORA!
    ESTIVE AI HJ E ESTOU TRANQUILA E CONFIANTE .

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